Notícia postada originalmente em: http://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2017/12/administradora-abandona-carreira-financeira-e-empreende-com-yoga-em-ambiente-corporativo.html
ista de fora, a vida profissional da francesa Armelle Champetier, 32, parecia estar muito bem encaminhada – e de fato estava. Formada em administração em seu país natal, Armelle veio para São Paulo, em 2010, para iniciar sua carreira na área financeira de uma grande multinacional. Seu desempenho e dedicação lhe renderam promoções, novas oportunidades e um bom salário.
“Nesses anos, eu viajei muito e trabalhei muito, claro, ganhava bem, mas passei a pensar se esse era o tipo de vida que eu queria ter. Foi quando senti que aquilo tudo não combinava mais comigo”, diz a francesa, que foi buscar um coaching de carreira para tentar se conhecer melhor. “E foi quando percebi que eu combinava e me mantinha viva, física e mentalmente, por conta de atividades físicas e esportes”, completa.
Ainda sem não saber muito o que poderia fazer com essa informação, no final de 2016, Armelle decidiu abandonar a carreira financeira e pediu demissão. Porém, essa incerteza durou pouco tempo, pois, graças às redes sociais, no início do ano seguinte, as notificações de uma colega com quem havia estudado, a também francesa Anne-Charlotte Vuccino, apareceram em sua timeline.
“Eu e a Anne-Charlotte estudamos administração juntas e, assim como eu, ela tinha construído uma carreira tradicional, mas como consultora. Só que as coisas mudaram quando ela sofreu um acidente e quase ficou sem o movimento das pernas, e aí ela ingressou no mundo da yoga como prática e terapia. Aos poucos, ela começou a levar isso para o escritório e criou, em 2015, a Yogist, uma empresa de yoga corporativo”, afirma Armelle.
Mesmo de longe, a trajetória da antiga colega de curso inspirou Armelle. Além disso, por experiência própria, ela sabia da importância de criar intervalos para se relaxar durante a correria do dia a dia. Essas foram as duas razões que a motivaram a lidar para Anne-Charlotte e propor a vinda da empresa para o Brasil. A resposta positiva veio em poucos minutos de conversa.
Nos meses seguintes, Armelle – que praticava yoga como hobby – passou um período na Índia para se especializar na técnica e depois seguiu para a França para fazer integração com a equipe e conhecer o método Yogist. Finalmente, em agosto de 2017, as atividades da empresa se iniciaram no Brasil, em São Paulo.
“Nosso propósito é tornar o yoga acessível a todo mundo, até para pessoas que nunca entrariam em um estúdio de yoga. Porém, nossa prática é diferente de uma ginástica laboral, nós propomos momentos de desconexão, respiração, concentração e gestão do estresse e nossos exercícios são adaptados ao ambiente corporativo: sem material, sem troca de roupa e sem transpiração”, diz a francesa.
As aulas da Yogist têm uma hora de duração e são dividida em dez etapas, promovendo exercícios de respiração e movimento dos punhos, pescoço, parte de cima das costas, ombros, mãos, pernas, abdômen, lombar e quadril. Há também uma parte da aula voltada para técnicas de equilíbrio e de concentração. Ao final, a Yogist propõe um relaxamento final e meditação guiada. “Os exercícios são simples e diferentes em cada aula. Além da nossa aula tradicional, também realizamos aulas especiais para eventos e palestras”, afirma a diretora da Yogist Brasil.
Atualmente, Armelle é a única professora da unidade brasileira, mas a francesa já está treinando professores para ofertaram o curso. “Todos eles também têm a mesma trajetória de já ter atuado em ambiente corporativo, pois nós evitamos quaisquer diálogos esotéricos, como chacras ou mantras. Nosso diálogo é voltado para o meio empresarial”, diz Armelle.
Atualmente, a Yogist está oferecendo suas aulas – que podem ser adquiridas por pacotes de, no mínimo, 3 meses – para cinco empresas da capital paulista. O valor do serviço varia conforme o número de funcionários participantes e a frequência de aulas, sendo que um participante, custa, em média R$ 30.
A Yogist Brasil já está pensando em expandir sua atuação. Segundo Armelle, um dos planos para o próximo ano é criar parcerias com espaços de coworking para oferecer o serviço. No futuro, a equipe também pensa em levar a rede para outras capitais, como o Rio de Janeiro.
“Nosso serviço é completamente escalável, porque em todos os países há funcionários que sofrem de estresse e de burnout. Mas os mercados são diferentes e exigem estratégias diferentes, estão vamos estudar. Enquanto isso, a Yogist Brasil está fazendo muito sentido em São Paulo, porque as pessoas daqui têm horários de trabalho muito extensos e lidam com um trânsito e uma rotina estressante”, afirma Armelle.