Recentemente, tive o privilégio de assistir à palestra do Professor Marcelo Graglia, no evento Campus Party, intitulada “IA e o Futuro do Trabalho”. A apresentação foi ótima, trazendo uma visão sobre os impactos da Inteligência Artificial no mercado de trabalho
O Professor apresentou os dois lados dessa revolução tecnológica, um deles, positivista, dizendo que as IA abrirão novas vagas de emprego, e a pessimista, que acredita que cedo ou tarde seremos substituídos, destacando que, ao longo das revoluções industriais, nunca tivemos máquinas capazes de realizar atividades pensantes. Com a IA, isso está mudando rapidamente, e essa transformação promete mudar o mercado de trabalho de maneiras nunca vistas.
Na minha perspectiva, é inevitável que muitos trabalhos sejam substituídos, especialmente aqueles que não exigem julgamento crítico ou emocional. Profissões baseadas em tarefas repetitivas e analíticas estão mais suscetíveis à automação. No entanto, vejo uma oportunidade de valorização para trabalhos que demandam habilidades humanizadas, como empatia e inteligência emocional, mas até que ponto isso seria apenas positivo?
Após voltar para casa, um gosto amargo me surgiu à boca, uma preocupação que não havia pensado durante a palestra: As IA causarão aumento na desigualdade social? Com a substituição da mão de obra mais básica, a revolução da IA pode afastar ainda mais a intelectualidade das comunidades mais pobres e marginalizadas, aprofundando o “abismo” social que vivemos.
A substituição de trabalhos mais simples e repetitivos por IA significa que muitos trabalhadores menos qualificados poderão perder seus empregos. Esses são geralmente os primeiros a serem afetados, pois suas tarefas são mais fáceis de automatizar. Isso pode levar a um aumento do desemprego entre os segmentos mais vulneráveis da população. Além disso, os empregos que surgem em substituição tendem a exigir habilidades técnicas e educacionais mais avançadas, que muitas vezes não estão ao alcance das pessoas de comunidades marginalizadas.
Outro ponto crítico é o acesso desigual à educação e à capacitação tecnológica. Sem investimentos significativos em educação inclusiva, muitas pessoas podem ser deixadas para trás, incapazes de competir no novo mercado de trabalho. Isso pode resultar em uma sociedade ainda mais polarizada, onde apenas uma elite com acesso a recursos e educação de qualidade consegue prosperar.
Acredito que precisamos garantir que essas transformações tecnológicas sejam inclusivas, oferecendo acesso à educação e oportunidades para todos. Isso significa investir em programas de educação tecnológica acessível e políticas que incentivem a inclusão digital. Só assim poderemos mitigar os impactos negativos e assegurar que a revolução da IA beneficie toda a sociedade, e não apenas uma parcela dela.