Notícia postada originalmente e integralmente em: http://super.abril.com.br/tecnologia/museu-do-fracasso-reune-os-piores-produtos-ja-lancados/

A melhor forma de se atestar o sucesso de um produto é olhar para seu desempenho nas vendas, é claro. Para marcar a história, deve-se honrar o lançamento não só sendo um marco tecnológico, mas também devolvendo a grana investida. Mas há certas ideias que as próprias empresas querem que você delete da memória. Produtos que, de tão ruins, não tiveram sucesso com o público – e, por tabela, fizeram seus criadores vergonha.

A boa notícia é que tem gente que acredita que essas lembranças não merecem ser deixadas para trás. Para manter viva a memória de erros de projeto que marcaram época, o psicólogo Samuel West resolveu criar um espaço só para produtos nada aclamados pelo público. O sueco inaugurou em sua cidade, Helsingborg, o Museu do Fracasso, um espaço físico para abrigar 51 ideias que prometiam revolucionar a indústria mas eram tão sólidas quanto uma bolha de sabão.

“Sabemos que entre 80 e 90 por cento dos projetos inovadores falham antes mesmo de você chegar a ler sobre eles. E se há alguma coisa que podemos fazer sobre esses equívocos é aprender com eles”, declarou, em entrevista ao Washington Post.

Algumas das bizarrices podem ser interpretadas como tentativas das empresas de diversificar seus produtos. Dentre os maus exemplos dessas aventuras há a lasanha de carne criada pela Colgate (?), a Coca-Cola sabor café e a Crystal Pepsi, versão transparente do clássico refrigerante de cola que a fabricante tentou emplacar nos anos 90. “Mesmo as empresas mais competentes estão sujeitas a falhar”, comenta Weist. Canetas exclusivamente femininas, um jogo de tabuleiro estrelado por ninguém menos que Donald Trump e uma bicicleta feita de plástico, também tem seu lugar no roteiro.

“Eu poderia fazer um museu inteiro de celulares, por exemplo” conta o sueco. O acervo conta com o Microsoft Kin, lançado em 2010, “barato, mas que ninguém quis comprar”, nas palavras do curador. Ou ainda o TweetPeek, lançado um ano depois do primeiro iPhone com a brilhante ideia de dar ao usuário acesso facilitado a sua rede social – sim, no singular, já que o dispositivo servia apenas para o Twitter. Junta-se à trupe o Iridium Satellite Phone, que de fato poderia facilmente ser utilizado na construção civil, tamanha sua semelhança com um tijolo.

Mas a maior bizarrice da coleção fica por conta da máscara facial rejuvenescedora, que é comentada em detalhes por West neste vídeo, feito pelo Business Insider. A ideia consistia em vestir a armadura para o rosto e ser agraciado com a ação de pequenos eletrodos. Apenas na teoria, os pequenos choques na cara seriam capazes de torná-lo uma versão melhorada de Brad Pitt ou Gisele Bündchen em até 90 dias – ou seu dinheiro de volta. Isso não tinha mesmo a menor chance de dar certo.

Se não estiver com tempo de dar uma passadinha na Suécia por esses dias e gastar R$ 38 pela visita, você pode ter uma ideia de como é o Museu do Fracasso assistindo ao vídeo abaixo, produzido pela NBC News.