Notícia postada originalmente em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/21/tecnologia/1505982466_956825.html
Há hábitos que já são tão comuns que nem pensamos os motivos que nos levam a praticá-los. Um deles é sem dúvida uma sequência muito familiar a quem acompanha os computadores desde suas origens: o conhecido CTRL+ALT+DEL; uma sequência mágica que nos tira de qualquer aperto e força a máquina a parar um processo, acabando com sua agonia. Sim, o CTRL+ALT-DEL tirou milhões de usuários da Microsoft de apuros ao devolver o PC à vida, mas… por que se escolheu esta combinação tão estranha?
Para apertar estas três teclas –muito distantes entre si, diga-se de passagem- o usuário deve usar ambas as mãos e, evidentemente, três dedos; uma posição um tanto forçada e nem sempre fácil. A dúvida apareceu de forma inesperada em um debate organizado pela Bloomberg entre as estrelas do mundo dos negócios, incluíndo o próprio Bill Gates. O filantropo multimilionário, agora à frente de sua Gates Foundation, se surpreendeu com a pergunta formulada pelo moderador do debate, o também magnata, David Rubenstein. “Bill, vou te fazer uma pergunta que já devia ter feito faz tempo”, começa ele. “Por que você escolheu a sequência CTRL-ALT-DEL?”, referindo-se à estranha posição das mãos.
Risos entre os presentes. Uma divertida cara de surpresa de Gates, que mantém o silêncio enquanto vira os olhos para cima e se remexe -um tanto desconfortável- em sua cadeira. O magnata recupera sua posição e adota o papel de Bill, o fundador da Microsoft, para explicar que aquela era a única forma de se forçar as máquinas da IBM a parar um processo. “As pessoas envolvidas nessa tarefa deveriam ter escolhido uma tecla mais óbvia, claro”, lamenta. “Você se arrepende desta escolha?”, insiste Rubenstein.
Neste momento, Gates volta a ser o garoto tímido que um dia revolucionou o mundo dos computadores para sempre com a Microsoft e responde, divertido: “Claro, se pudesse mudar escolheria uma única tecla”, explicou, acrescentando que o faria se pudesse voltar no tempo. E desde que o retorno não colocasse em risco “outras decisões” de sua vida.